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Aquecimento global é 'lobotomia', afirma biólogo uruguaio
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Aquecimento global é 'lobotomia', afirma biólogo uruguaio
Cético da mudança climática causada pelo homem, o biólogo Aramis Latchinian, 48, ex-ministro do Meio Ambiente do Uruguai e autor do polêmico livro "Globotomia", diz que a visibilidade do tema encobre outros problemas. Ele vê risco à soberania em agenda imposta por países ricos.
Latchinian defende que o aquecimento global é um consenso "muito conveniente" entre diversos governos, ONGs e organismos multilaterais, que suga recursos da cooperação internacional e distorce prioridades na agenda ambiental e acadêmica, especialmente nos países da América Latina.
Aramis Latchinian é biólogo marinho e gestor ambiental em uma consultoria e autor de "Globotomía -del Ambientalismo Mediático a la Burocracia Ambiental" (editora Puntocero, ainda sem tradução para o português), livro lançado na Venezuela, no Uruguai e na Argentina.
Na obra, ele questiona que o componente humano seja relevante no aumento da temperatura do planeta. Para ele, faltam provas.
"Não falo de ceticismo ou negacionismo, falo de ter dúvidas. Se eu classificasse como negacionistas os que duvidam, teria de classificar de obedientes os que apoiam", disse o biólogo.
"Há demasiados atores que defendem que seja nossa culpa [o aquecimento global]. Há uma burocracia gigantesca na ONU, muitas ONGs transnacionais e nacionais que construíram sua estratégia para existir com base na importância do problema", argumenta o ex-ministro.
Mas, para ele, o centro da questão é o fator político. Ele acredita que o "alarmismo" de ONGs transnacionais que pregam "ambientalismo iluminista de corte autoritário" dilui responsabilidades locais e atropela agendas mais importantes: a gestão ambiental nas megalópoles do continente e questões como saneamento básico, despoluição dos rios e correção de más práticas agrícolas.
"O setor acadêmicos nos nossos países -não sei como é profundamente no Brasil- depende da cooperação internacional para pesquisar. Os fundos de cooperação estão condicionados aos temas. Se na Venezuela querem pesquisar o problema do lixo no rio Guaire, o que fazem é dizer: 'efeito do aquecimento global sobre o rio Guaire'. Eu já vi projetos até de psicólogos citando aquecimento global", ironiza.
"Globotomia", defende ele, refere-se à operação para transformar um determinado tema na grande preocupação ambiental do momento. Nos anos 1980 e 1990, foi o buraco na camada de ozônio. Agora, estaríamos vivendo a era do aquecimento - que, com a crise mundial, foi perdendo força na agenda. O próximo ponto, aposta, será a defesa da biodiversidade.
Em toda sua obra, Latchinian defende que globalizar os problemas ambientais é um erro. O lema "pense localmente, aja globalmente" foi invertido, afirma, e hoje as ONGs de atuação local seguem diretrizes das grandes ONGs mundiais, em busca de financiamento.
Que são os responsáveis?
Aramis Latchinian acredita que seguir a agenda ambiental signifca perda da soberania. "Os responsáveis somos todos: é a evangelização que faz Al Gore no seu filme. Mas não é um problema de todos. Quer dizer, ninguém apagou uma luz em Las Vegas. Não foi reduzida a orgia de gasto de energia nos EUA. Se vemos os focos de emissão de gases do efeito estufa, vemos cidades pontuais, e nenhuma cidade latino-americana, nem sequer a Cidade do México, aparece. Seguir essa agenda é perder soberania."
O autor chega ao ponto de condenar o uso de sacolas reutilizáveis nos supermercados. O uruguaio diz que é uma comportamento regressivo, "de voltar ao passado da bolsa da vovó", que não é reproduzível em larga escala.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=172263&id_secao=10
Latchinian defende que o aquecimento global é um consenso "muito conveniente" entre diversos governos, ONGs e organismos multilaterais, que suga recursos da cooperação internacional e distorce prioridades na agenda ambiental e acadêmica, especialmente nos países da América Latina.
Aramis Latchinian é biólogo marinho e gestor ambiental em uma consultoria e autor de "Globotomía -del Ambientalismo Mediático a la Burocracia Ambiental" (editora Puntocero, ainda sem tradução para o português), livro lançado na Venezuela, no Uruguai e na Argentina.
Na obra, ele questiona que o componente humano seja relevante no aumento da temperatura do planeta. Para ele, faltam provas.
"Não falo de ceticismo ou negacionismo, falo de ter dúvidas. Se eu classificasse como negacionistas os que duvidam, teria de classificar de obedientes os que apoiam", disse o biólogo.
"Há demasiados atores que defendem que seja nossa culpa [o aquecimento global]. Há uma burocracia gigantesca na ONU, muitas ONGs transnacionais e nacionais que construíram sua estratégia para existir com base na importância do problema", argumenta o ex-ministro.
Mas, para ele, o centro da questão é o fator político. Ele acredita que o "alarmismo" de ONGs transnacionais que pregam "ambientalismo iluminista de corte autoritário" dilui responsabilidades locais e atropela agendas mais importantes: a gestão ambiental nas megalópoles do continente e questões como saneamento básico, despoluição dos rios e correção de más práticas agrícolas.
"O setor acadêmicos nos nossos países -não sei como é profundamente no Brasil- depende da cooperação internacional para pesquisar. Os fundos de cooperação estão condicionados aos temas. Se na Venezuela querem pesquisar o problema do lixo no rio Guaire, o que fazem é dizer: 'efeito do aquecimento global sobre o rio Guaire'. Eu já vi projetos até de psicólogos citando aquecimento global", ironiza.
"Globotomia", defende ele, refere-se à operação para transformar um determinado tema na grande preocupação ambiental do momento. Nos anos 1980 e 1990, foi o buraco na camada de ozônio. Agora, estaríamos vivendo a era do aquecimento - que, com a crise mundial, foi perdendo força na agenda. O próximo ponto, aposta, será a defesa da biodiversidade.
Em toda sua obra, Latchinian defende que globalizar os problemas ambientais é um erro. O lema "pense localmente, aja globalmente" foi invertido, afirma, e hoje as ONGs de atuação local seguem diretrizes das grandes ONGs mundiais, em busca de financiamento.
Que são os responsáveis?
Aramis Latchinian acredita que seguir a agenda ambiental signifca perda da soberania. "Os responsáveis somos todos: é a evangelização que faz Al Gore no seu filme. Mas não é um problema de todos. Quer dizer, ninguém apagou uma luz em Las Vegas. Não foi reduzida a orgia de gasto de energia nos EUA. Se vemos os focos de emissão de gases do efeito estufa, vemos cidades pontuais, e nenhuma cidade latino-americana, nem sequer a Cidade do México, aparece. Seguir essa agenda é perder soberania."
O autor chega ao ponto de condenar o uso de sacolas reutilizáveis nos supermercados. O uruguaio diz que é uma comportamento regressivo, "de voltar ao passado da bolsa da vovó", que não é reproduzível em larga escala.
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=172263&id_secao=10
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