Celebridades e a Campanha Eleitoral.

Como de costume, sempre comento notícias que leio nos jornais, revistas e sites, portanto, não fugindo da prática, vamos ás de hoje:
Antes, porém, uma observação:
É possível afirmar que a sociedade em geral está mais interessada em notícias relacionadas á “ celebridades do momento”, do que nas campanhas eleitorais?
É difícil mensurar, no entanto, baseado num maior volume de comentários, as celebridades estão ganhando e tenho absoluta certeza, que todos sabem, por exemplo:
“ Quem foi o ganhadora do prêmio da última Fazenda da Rede Record”.
É possível com certeza, que hoje, algum assunto relacionado com outra celebridade esteja chamando a atenção das pessoas, então, dá para concluir que estes são interesses passageiros.
E a campanha eleitoral?
Creio que para muitos ela é mesmo uma “chatice” afinal, os programas de rádio e TV, as falas, as promessas, enfim, se repetem á cada pleito, no entanto, alguns dos políticos concorrentes serão eleitos e assim, se tornaram “celebridades” e permanecerão algum tempo neste posto, se fizerem ou não aquilo que prometeram.
Dentro deste contexto, uma das expressões que faz parte do vocabulário popular é conhecida:
“Todos os políticos são farinhas do mesmo saco”.
Motivos não faltam, más também, não resolvem nossos problemas, ao considerar algumas notícias de hoje nos jornais:
PRIMEIRO: Numa delas, agora o TSE vem divulgando para a sociedade, o gasto de campanha e dos financiadores, de pelo menos dos candidatos á prefeitura, então, na matéria é destacado o seguinte:
As grandes doações acabam no mais das vezes, sendo um pagamento antecipado pelos serviços que os políticos beneficiários se comprometem a prestar aos doadores quando no exercício de seus mandatos. Por isso, é sempre conveniente que os eleitores conheçam as listas, método que costuma revelar á quem os políticos irão servir, favorecer e legislar, usando o voto da população. Elogie-se a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de antecipar tal divulgação, pois, é Imoral a prevalência dos interesses particulares em detrimento do interesse público ou de correntes expressivas que compõem o espectro social.
A divulgação antecipada é bem-vinda, mas.. ainda não é o bastante para dar ao eleitorado segurança necessária para exercer sua cidadania livre da má influência do capital, diante da conhecida a prática do caixa 2, uma ilicitude, somada á outra, ou seja:
A doação direta aos partidos, os quais, por sua vez, destinam recursos “carimbados” para determinados candidatos, portanto, é aqui que o problema permanece, pois:
O TSE não revela quem doou para os partidos, que só estão obrigados a fazê-lo em suas prestações de contas após as eleições. Volta-se, pois, ao pecado original – um círculo vicioso que, para ser vencido, depende do senso e da responsabilidade moral dos nossos políticos.
SEGUNDO: Regalia inaceitável
O Senado aprovou uma benesse para ex-senadores e viúvas de ex-senadores. A absurda cota anual de para tratamento médico ou cirurgias que eles têm direito, poderá ser acumulada até o valor de R$ 96 mil se não for usada em sua totalidade nos três anos anteriores. Atualmente ex-senadores e viúvas têm direito ao ressarcimento de R$ 32 mil em despesas com saúde. Esse benefício não faz o menor sentido existir. Pelo menos em um país republicano. Já numa capitania hereditária...
TERCEIRO: Por meio de indícios, é possível descobrir se os agentes políticos defendem visões em favor da sociedade ou em favor de uma elite minoritária que comanda o Estado. E o melhor indicativo do momento é a forma que tem sido conduzida a polêmica sobre a divulgação de salários de servidores públicos, iniciada desde que passou a valer a Lei de Acesso à Informação Pública.
O exemplo mais recente é o do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que “NÃO” pretende atender esta exigência, embora haja decisões do STF, do STJ e do CNJ, eis que, um comportamento dessa natureza, não deveria ser utilizada especialmente por seus membros que conhecem o Direito e são os “ fiscais das leis” e que acima de tudo, deveriam cumprir o estabelecido em nossa constituição.
Diante do exposto cabe perguntar:
Valerá á pena a sociedade como um todo só estar interessada no que fazem as “celebridades” em seus quinze minutos de fama?